sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Será que é mesmo necessário saber viver?


"É preciso saber viver", diz uma música do grupo musical "Titãs", que carrega em seu título, essa mesma frase.
"E qual é o problema dessa música?", talvez você pode me perguntar. E eu respondo: Com a música nada! Pelo contrário, gosto muito da música e dos "Titãs".
A bem da verdade, a música em questão é muito bonita, com suas letras poéticas e reflexivas. Mas, na parte em que fala, que é necessário saber viver, embora o contexto dessa música dêe sentido a frase, penso que éjustamente o oposto: é preciso saber MORRER.
Aliás: saber morrer não exatamente, pois para isto não precisamos de nenhum tipo de aprendizado e esforço: Como diz uma frase popular "para morrer, basta estar vivo!" - e isto, em todos os sentidos.
Mas sim, saber COMO morrer - claro, partindo do princípio de que a verdadeira arte na vida, não é apenas (como) viver, mas (também) em como morrer: aceitando x negando; conscientizando x alienando-se; resignando x lutando; ou, um pouco de um, um pouco de outro.
E, por quê "saber morrer"? Acompanhe comigo, este meu raciocínio: ora, se pra cada dia vivido é igualmente um dia a menos para se viver, se viver é um constante processo lento e gradual de morte, se nosso corpo e vida, vão declinando ao passar do anos, logo, segue-se que, saber viver é saber (também) morrer.
Mas como saber "morrer"? Essa é a grande questão (e que vale a pena) a ser respondida, a meu ver. Nesse sentido, compete a cada um encontrar/fazer sua própria resposta.
"Personalização de sentido" é o que proponho. Uma forma singular de cada pessoa fazer da sua vida única. Mesmo que haja caminhos "determinados" - uns chamaram de "Deus", outros, de "Acaso", outros ainda de "Destino" - ainda sim é possível "personaliza", por mais "mínimo" que seja nossas ações e escolhas.
Nesse sentido, a frase que mais sintetizaria esse meu texto é o famoso pensamento Sartreano de que "não importa o que a vida - com sua biologia, psiquismo, aleatoriedade, contingências, acasos, divindades, condições socioeconômicas, sócio-históricas e etc. - fez de você, o importante mesmo é o que você faz (e fará) com o que a vida fez de você".
Portanto, é preciso saber viver/morrer "personalizadamente", pois se tenho uma coisa que ninguém fará no teu lugar, por você, é viver/morrer.

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