domingo, 28 de novembro de 2010

"A esperança de se viver mais um pouco"




O que é a Vida? Seria ela um sonho?
Acredite! A vida não é um sonho.
Não este sonho tenebroso que os intelectuais dizem.

Corriqueiramente um amanhecer chuvoso, abre caminho para um pôr de Sol belíssimo
Outras vezes são nuvens sombrias que circundam o céu.
Mas logo se dissipam e dão lugar a um azul inconfundível.

Mesmo sendo feias, as nuvens negras trazem as chuvas...
Que alimentam as rosas e fazem o jardim sorrir
Não se pode lamentar este acontecimento.

Rapidamente, e sem pausa em momentos de dor,
As horas escassas da vida vão passando sem nos dar tempo para arquitetarmos um plano
Então sorrio, enquanto aproveito os primeiros momentos do resto da minha vida.

E quando subitamente a morte bate à minha porta
Quando a sensação de felicidade escapa por entre os dedos como areia fina
Quando a dor invade o meu ser, e reconheço a fragilidade de uma  efêmera existência
A esperança se vê engolida...derrotada e dominada pelo medo.

Mesmo nesses momentos de angustia, a esperança há de ressurgir
Pois ela se vê indestrutível, imortal, amiga dos fracos,
Olha bem no fundo dos meus olhos e me mostra sua beleza
Que é suficientemente forte para me trazer de volta à realidade.

Ela se mostra corajosa, ousada, pois luta contra todas as evidências de uma vida trágica
Sem medo de nada...
Enfrenta as dúvidas que minha cabeça animal insiste em levantar
E me pergunta:

O que é a Vida? Seria ela um sonho?
Acredite! A vida não é um sonho.
Não este sonho tenebroso que os intelectuais dizem.

Porque o desespero, a angústia e a náusea, sempre serão vencidos pela esperança de viver mais alguns instantes esta vida tão maravilhosa.

Edson Moura

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Deus no banco dos réus: Culpado ou inocente?


Diante da miséria humana, da dor e sofrimento no mundo, as constantes tragédias, como também as catástrofes naturais, e o silencio absurdamente gritante de Deus, como sua ausência constante jamais interrompida, se Deus estivesse nos bancos dos réus, para ser julgado por toda humanidade, Deus seria declarado Culpado ou Inocente?

Vamos fazer o teste então, usando todos os recursos dos quais dispomos, como raciocínio lógico, senso de justiça e sentimentos, para julgar Deus do nosso ponto de vista, tentando assim, chegar a uma conclusão final sobre o veredito de Deus.

Eis algumas das acusações mais graves contra o “todo-poderoso”:
Seu silencio.
Sua ausência.
Dor, sofrimento e miséria humana.
Maldade humana. (Deus não poderia ter criado o homem com limites para se fazer o mal?)
Catástrofes naturais.
Acidentes e tragédias humanas.


Exercício de reflexão:
Deixar um bebê inocente e frágil, ser estuprado e brutalmente assassinado ou morrer por algum acidente, desnecessariamente, sendo que poderia ter sido facilmente salvo, é moralmente condenável, tanto racionalmente, como sentimentalmente?

Pense nisto; se fosse um homem que tivesse o poder de salvar esta criança, mas não o fizeste, sua omissão não seria tão culpada como se tivesse o matado?

Se você esta andando pela cidade, quando de repente se depara com uma criança indefesa e inocente parada no meio de uma avenida movimentada, se você pode salvar ela sem correr risco de atropelamento, mas não o faz, você se sentiria culpado?

Agora sim, depois de tanto pensar, aplique isto a Deus nas milhares de situações similares espalhada pelo mundo inteiro ao longo da historia humana, e sua constante ausência, ele é culpado ou inocente por não interferir?


Inocente por que Deus é:

1-Impotente.
Muitas vezes Deus quis impedir os vários sofrimentos desnecessários dos homens, mas com dor no “coração” e lágrimas nos “olhos”, simplesmente não pode fazer, pois é impotente diante da complexidade do sofrimento, injustiça e maldade humana.

Objeção: Se Deus foi capaz de criar tudo isto, como poderia ser impotente ao ponto, de não poder interferir no sofrimento humano?


2-Uma força consciente.
Deus apenas é uma energia ou força consciente, não tendo moral como os homens e nem muito menos sentimentos e emoções, portanto, não podemos condenar Ele, pois Ele está para além do bem do mal, do bom e mau, do justo e injusto de nossas atribuições e características humanas.

Objeção: Mas Deus continua possuindo o que torna Ele moralmente responsável que é sua consciência, então diante disto, Deus só não seria condenável se Ele fosse apenas uma energia sem consciência, mas ai não seria Deus, e sim o big-bang.


3-Nos deu liberdade por nos amar.
Deus é um ser altruísta e generoso que se esvaziou de Si mesmo, retirando sua presença do universo criado por Ele, justamente para que nós tivéssemos a maior de todas as dádivas que vieram com a vida; a liberdade.

Objeção: Ele podia ter criado um mundo melhor, com menos (ou nada) catástrofes naturais, fazendo da sensação da dor ser bem menos do que é, e pondo limites na maldade e crueldade humana.


4-Assim como nós não sabemos se Deus existe ou não, Deus também não sabe que nós existimos.
A teoria da evolução não estaria totalmente equivocada ao dizer que fomos evoluindo num processo de bilhões de anos, pois Deus ao criar o universo, sem se da conta, acabou por acidente nos criando, e por sermos tão minúsculos e insignificantes diante de um universo tão imenso (talvez infinito), e por ser Ele (Deus) tão grande de tamanho (talvez maior que o próprio universo, sendo o mesmo uma bolinha de gude nas mãos Dele), que Deus ainda não se deu conta de nossa existência, e, portanto de nossa dor e miséria.

Objeção: Culpado por sua incapacidade de nos perceber??


Culpado por que Deus é:

1-Nos abandonou a própria sorte.
Não esta nem ai para nós, simplesmente não liga para nosso sofrimento e dor, Ele fez com toda humanidade, o que uma mãe insana ou cruel faz com seu filho quando ele nasce: Simplesmente nos rejeitou, abandonando-nos, virando suas “costas” para nós, deixando-nos a própria sorte.

Objeção: Se Deus nos criou conscientemente, não há maior dignidade e bondade do que não interferir em nossa vida.


2-Um grande sádico.
Deus é mal e cruel, Ele nos criou com o propósito de se divertir com nossos sofrimentos, pois para vivermos, matamos, (vida se alimenta de outra vida) sabemos que a única certeza da vida é a morte, e isto trás angustia, o mundo é injusto, a vida é cega, os homens são maus.

Objeção: Deus infelizmente não poderia ter criado outro mundo melhor, apesar de ter problemas. (ou seriam defeitos de fabricação?)


Temos uma terceira via ainda, muito racional e lógica, mas como todas as hipóteses levantadas aqui também, têm objeção, que seria:

Deus não é nem culpado e nem inocente, Ele não existe, o que existe são os homens, e o Deus de suas imaginações e desejos.

Objeção:
Da onde surgiu o universo então? Problema maior é:
A matéria precedeu a consciência então? Podemos através dá consciência entender que uma consciência crie a matéria, mas não podemos se quer imaginar a matéria criando a consciência.

E ai, meu caro amigo leitor, conseguiu chegar a uma conclusão final? Qual das alternativas você escolhe? Deus, afinal de contas, partido sempre do ponto de vista humano – até porque, é o único ponto de vista que temos, pois não conhecemos e nem podemos imaginar-nos, olhando do ponto de vista de Deus – é culpado ou inocente?



Por Marcio Alves

domingo, 14 de novembro de 2010

O processo de “des-religiosamento”!

O processo da descrença ou do dês-religiosamento, ocorre em todo homem ou mulher, que um dia resolve se arriscar corajosamente a olhar por cima da cerca religiosa que a prende e impede de saber que o seu quintal não é o único a ter grama verde, que existem outros mundos além do seu.

Porém, este processo não acontece da noite para o dia, mas pelo contrario, são anos de um processo lento e até muitas vezes demorado, de desconstrução daquilo que um dia se acreditou como verdade única e absoluta.

E, esse mesmo processo de dês-religiosamento, passa por 5 fases distintas e ordenadas, porém interligadas, onde o sujeito religioso mesmo se vendo como um mesmo ser, só que vivendo de maneiras diferentes em diferentes realidades.

São elas:

1- Confrontação (ou questionamento)

Esta primeira fase é a mais importante, pois será a mola propulsora que realizará concretamente o processo de dês-religiosamento, pois sempre o aprender e decorar idéias serão muito mais fácies do que propriamente se desfazer dessas mesmas idéias.

Ele passa a ver que a realidade vivida por ele é diferente da crida através de sua crença, onde não mais aceita explicações infantis e ilusórios dos porquês de tantas contradições entre sua crença e o mundo onde ele vive, sente, respira e vê.

Além do mais, só percebe o quanto sua crença é boba e infantil quando olha para a crença do outro religioso, que assim como ele, pensa que a única verdadeira e a sua, e que as demais são todas enganosas e falsas.

Mais isto não ocorre por acaso, nem cai do céu, ou simplesmente o sujeito dormiu crente e acordou no outro dia cético, mas antes, se dá no individuo que sente que as verdades de sua crença são muito pequenas e insatisfatórias para o tamanho de sua mente questionadora e pensante, e para um universo infinito de possibilidades lógicas e argumentativas.

2- Negação (ou fuga)

É o estagio onde a pessoa mais sofre, onde ela literalmente agoniza, porém, isto também dependerá e muito do grau de devoção que ela se entregou a religião e seus mecanismos, e de sua estrutura emocional, psíquica, social e biológica.

Nessa fase também é onde o sujeito religioso mais se vê confuso, ora desacreditando na sua crença, ora reafirmando a mesma, mas sempre desejando em seu coração que ela seja verdade ou que o conhecimento para qual a sua mente despertou, tivesse continuado adormecido.

Essa fase é a mais decisiva de todas, onde a pessoa escolhe continuar mantendo os passos firmes, rumo ao total dês-religiosamento, ou, simplesmente fecha seus olhas para a realidade negando tudo que ouviu, viu e pensou até aquele momento, se lançando no abismo escuro da fé.

3- Revolta (ou depressão)

Esta fase só pode realmente passar por ela que já viveu e ultrapassou as primeiras fases básicas do processo de dês-religiosamento.

O sujeito antes religioso, já nesta fase não acredita mais em nada ou quase nada de sua antes fé e religiosidade, passando agora a viver uma vida muito perigosa, pois poderá se entregar da mesma forma que outrora tinha se entregado para a religião, só que agora, para os vícios deste mundo.

Portanto, é a face que se tem que tomar maior cuidado, pois a pessoa pode acabar se autodestruindo e até mesmo prejudicando as outras pessoas que nada tiveram haver com sua então crida e fanática vida de religiosa.

Mas também é a fase de maior tristeza, podendo se chegar até na depressão, pois passará a descrer que sua vida tinha um propósito já determinado por Deus, entrando no vazio da existência, onde se entregará aos vícios que o desejo de preencher o vazio e a falta de sentido deixado pela religião lhe trouxe.

4- Conformismo (ou aceitação)

É a fase que o sujeito cansado de brigar contra Deus e o mundo, religião e fé, chegará, pois não verá outra alternativa se não aceitar o fato de que as crenças são invenções humanas, onde até Deus é uma possibilidade e não uma certeza como antes suponha e cria.


5- Maturidade (ou responsabilidade)

É a última fase, que o tempo para se chegar dependerá do tempo de digestão de cada sujeito religioso.

Passará a viver a vida pelo fato de viver, já que aqui venho, sem pedir ou escolher para nascer, tentará viver a sua vida da melhor maneira possível, tentando também fazer da vida das pessoas que amam, uma vida igualmente boa.

Só pode chegar nesta fase quem já passou pela crise existencial religiosa, pois esta, não é somente uma crise como todos os seres humanos passam, mas uma crise que somente o religioso de verdade, aquele que se entregou de corpo e alma para a religião, experimenta e vive.

Portanto, só poderá dizer “Deus não existe” ou “toda religião é ilusão e infantilidade” quem uma vez já disse “Deus existe” e “minha religião é única e verdadeira”!

Por: Marcio Alves


Observação: Texto escrito e embasado não em livros produzidos por pensadores de escrivaninhas, mas baseado na própria experiência do autor e da observação cuidadosa e analítica que ele teve sobre outras pessoas e até amigos, igualmente religiosas que passaram pelas mesmas fases, diferenciando apenas, na reação de cada um.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ainda é cedo


O nada que preenche o vazio na minha cabeça
decompõe as crenças de infância inchando minha visão.
O coração arde vermelho no nada totalmente branco
e continua sendo um vazio totalmente cheio de nada.

Meu pensamento é esculpido em pedra sabão
desejando crer numa seqüência para a eternidade.
O tempo se encarrega de mostrar que eu não falhei
e que ainda é muito cedo para compreender a origem do novo.

Deus está morto ...

Trancafiado numa floresta de ilusão milenar
brotam idéias semeadas na escuridão da uma mente ainda jovem.
Pensamentos tentam à todo momento ultrapassar o meu crânio
 ainda é cedo para entender as coisas que os velhos já se esqueceram.

Deus está morto...

Minha mente procura a luz em meio às lágrimas
O tremular do fogo que em minha garganta habita
queima permanentemente sem consumir minha tenra carne
e ainda não é tarde para expulsar a voz que clama por liberdade

Deus está morto ..

Meu cérebro parece um calabouço para fugitivos capturados
onde um pequeno golpe pode paralisar-me para sempre.
Por isso, do meu silêncio...grito silenciosamente
e ainda é não satisfaço o desejo de gritar alto.

Deus está morto...

Se em mim houvesse alma, ela tocaria os relâmpagos nas nuvens...
e inerte cairia na areia branca de uma praia qualquer...doce...sangrando.
Extirpando minha vontade de viver no espaço de um tempo
e ainda seria cedo para que o esclarecimento total me abraçasse.

Deus está morto ..

Ele caiu num abismo de palavras cegas...
e me disse para que não fosse ao seu funeral.
Os mortos não freqüentam cemitérios...somente os vivos
Pois ao chegar lá, certamente encontraria um caixão vazio...
cheio do nada que preencheu a vida de todos até aqui .

Deus está morto?



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Jesus: De tão desumano, só poderia ser "Deus" mesmo!


Uma certa vez, vi uma cena em um filme que me deixou muito pensativo: Uma determinada quadrilha tinha capturado um homem, e ao invés de matá-lo, o chefe desta mesma quadrilha determinou que ele fosse torturado e morto lentamente durante um mês, para isso, eles tiveram de fazer varias e varias vezes transfusões de sangue, para que mantivessem vivo aquele homem, de tal maneira que viesse suportar a tortura e não morrer antes do tempo determinado.

Quero que pense comigo agora por um instante: Que “Deus” seria mais cruel, um que matasse milhões de pessoas, porém, com a morte tudo acabaria ali mesmo, ou, um que criasse um "inferno" e que mandasse pessoas para queimarem por toda eternidade?

Não seria a tortura pior do que a própria morte? Ou ato de matar mais misericordioso do que a tortura??

Pois é assim o "Deus" hebreu do velho testamento, matou milhares, não, matou na verdade milhões de pessoas, porém, não condenava ninguém para o inferno, mas já no novo testamento, Jesus aparece e diz varias vezes que se alguém não o obedecer, seria lançado no inferno, onde haveria choro e ranger de dentes.

Inclusive, você sabia que foi feito uma pesquisa onde um estudioso constatou que o Deus do antigo testamento, matou mais pessoas do que o próprio diabo?
Pois é, seria o "Deus judaico-cristão" é um diabo encarnado em poder?.....Quem crê nesse "Deus", tem mais que ir para a igreja e viver uma vida de "santidade", para não correr o risco de ir parar no inferno mesmo.

Mas, Jesus consegue ser mais desumano do que o próprio "Deus" dos hebreus, na verdade, ele é bem mais cruel e vingativo, pois já pensou, os ímpios que não se arrependerem serão condenados por toda eternidade a um castigo eterno! Você tem noção disto? Eternidade não é por um tempo determinado e depois acaba, não! Eternidade não tem fim, sofrimento após sofrimento, para todo sempre, "amém"!

Sinceramente, eu acho que "Deus" gosta mais dos animais do que dos seres humanos, pois ao animal é dito que ele não tem uma "alma" como nós, que, portanto, com a morte deles tudo se acaba, mas a nós nos foi dado uma "alma imortal", e com ela a sentença de nunca morrermos, pior, se não nos arrependermos de nossos pecados vamos ficar para sempre sendo torturados no inferno.

Alias, que Jesus e o "Deus" bárbaro do velho testamento fiquem com seu "céu" pra lá, pois eu prefiro mesmo é ir para o "inferno", ao menos eu não vou precisar ficar de eternidade a eternidade como zumbi sendo obrigado a adorar e cantar músicas intermináveis para um Ser totalmente egoísta e vaidoso, que sofre da síndrome de rejeição, e nem muito menos ficar longe da minha família também, pois sinceramente, como eu poderia ficar bem em um céu adorando o cara que mandou meu filho, por exemplo, para o "inferno"?

É Jesus, bem que você disse que você não veio trazer paz para a terra, mas antes espada, causando divisões entre as famílias, pois já imaginou, o egoísmo e falta de amor maior do que a dos crentes? Chegarem a dizer que se a família não for, porém eles vão, pois a salvação é individual....só um "Deus" tão desumano para provocar isso nas pessoas!


Por: Marcio Alves

Observação 1: Eu apenas falei do "inferno" de Jesus, pois seu fosse falar de todas as passagens e palavras ditas por Jesus em que ele foi tão desumano, (como aquela vez em que ele negou curar a filha de uma Cananéia, e se depois da mulher ter se arrastado e implorado, foi que ele resolveu fazer o “milagre”. Não é a toa que os crentes para receberem algo de "Deus", precisam fazer tantas campanhas, se humilharem tanto, é que o "Deus" deles é Jesus e seu pai é Jeova, o "Deus" bárbaro) não caberia em apenas uma postagem, teria que dedicar varias postagens.

Observação 2: Eu estou partido da própria crença fundamentalista de que todas as palavras escritas na bíblia são literais e verdadeiras.

Observação 3: Como pude ser crente durante 20 anos da minha vida!!!