domingo, 31 de maio de 2009

Teologia da Prosperidade















 Por: Edson Moura

Há até pelo menos duas décadas, a pregação evangélica, principalmente pentecostal, enfatizava que os cristãos não deveriam se apegar às riquezas materiais, aos interesses terrenos e que os problemas da vida, como enfermidades, perseguições, falta de dinheiro, eram provações divinas.Hoje, como assevera o texto abaixo citado do sociólogo Ricardo Mariano, isto mudou. Idéias e valores seculares, travestidos de doutrinas aparentemente bíblicas, têm invadido com extraordinário sucesso muitas igrejas evangélicas. Agora, ter um encontro com Cristo constitui quase o mesmo que ganhar na loteria. O que importa é ficar "de bem com a vida".

A pregação escatológica, em moda há poucos anos, perdeu terreno. O paraíso agora está mais para o shopping center mais próximo. "A despeito de serem majoritariamente pobres, os pentecostais nunca fizeram elogios nem atribuíram significado redentor à pobreza. Não a reconheciam como uma virtude cristã. Antes, ansiavam superá-la no paraíso, já que viam este mundo como um vale de tormentos e sofrimentos. Também não se consideravam, pelo simples fato de serem pobres, necessariamente herdeiros preferenciais do Reino dos Céus. Por outro lado, não associavam a posse de bens terrenos à detenção de maior espiritualidade. Na realidade, resignados no ascético "caminho estreito", sempre desvalorizaram, ao menos na retórica, a busca de riquezas e alegrias deste mundo.

A Teologia da Prosperidade subverte radicalmente isto, prometendo prosperidade, redenção da pobreza nesta vida. Ademais, na Teologia da Prosperidade a pobreza significa falta de fé, algo que desqualifica qualquer postulante à salvação. Segundo os pregadores da Teologia da Prosperidade, Jesus veio ao mundo pregar o Evangelho aos pobres justamente para que eles deixassem de ser pobres.

O Brasil, com cerca de 25 milhões de crentes, é a maior nação evangélica da América Latina. Nada menos que 15% de sua população já é evangélica. Seu crescimento nas duas últimas duas décadas se acelerou muito, ameaçando a, até recentemente, inabalável hegemonia católica. Esta verdadeira conversão em massa tem sido realizada sobretudo pelas igrejas pentecostais. Entre elas destaca-se a Igreja Universal do Reino de Deus, multinacional da fé que mais cresce no Brasil, Renascer, Casa da Benção, Comunhão Plena, entre outras .Estas igrejas tem em média, cinco cultos diários cujos temas preferidos são: dinheiro, demônios e enfermidades. Nelas, podemos freqüentemente observar práticas pagãs, bastante comuns no catolicismo popular e mesmo na umbanda, como distribuição de "fitinha da prosperidade", "sal grosso", sabonete, espada, chaves, rosas, lenços, rituais de descarrego com "arruda" para dar sorte, água benta, óleo ungido etc. Tais práticas, em sua maioria, têm por finalidade arrancar dinheiro dos fiéis ou potenciais conversos acometidos pelo desemprego, por doenças, pela desintegração familiar, por vícios de alcoolismo, de drogas e até mesmo pelo diabo.

Diante de tais práticas pagãs e doutrinas heréticas, o cristão genuíno preocupado com a Verdade, não pode se omitir. Para o bem do Evangelho e para que a Verdade triunfe, somos obrigados a refutar o que há de herético nesses movimentos. continua...

Que Deus nos perdoe !